terça-feira, 21 de julho de 2009

História de sucesso: dos 118 kg aos 61

Depois de uma cirurgia bariátrica, Tatiana passou a pesar praticamente a metade e ficou irreconhecível




Vladimir Maluf

A mudança de Tatiana Cassola dos Santos é de cair o queixo. Ela, que é encarregada de Serviço de Atendimento ao Cliente, passou por uma cirurgia bariátrica para se livrar do excesso de peso. Hoje, com 31 anos, a moça de 1,65m deixou de pesar 118 kg para ter 61 kg. Quer mais um número que diminuiu? O manequim: era 58. Agora, é 40. Após o nascimento da filha, Tatiana chegou ao extremo. “Engordei demais, devido à depressão pós-parto”, lembra ela que, mesmo antes disso, já sofria com a obesidade. “Sempre lutei contra o peso. Já fiz diversas dietas e tomei muitos remédios, com promessa de milagres. Emagrecia e, um tempo depois, ganhava o dobro.”

Quando engravidou, estava bem acima do peso. No final da gestação, pesava 114 kg e, mesmo depois do parto, Tatiana não emagreceu. “Pelo contrário: engordei mais. O ápice foi quando me olhei no espelho e não me reconheci. Me via em fotos e não acreditava”. O casamento, então, entrou em crise. “Me escondi de todos e de tudo. Quase perdi meu marido por conta da minha agressividade e impaciência. Me sentia perseguida e comecei a ter problemas de saúde”, relata.

Para resolver o problema, Tatiana procurou um médico e realizou todos os exames necessários antes da cirurgia que reduziria seu estômago. “Tinha medo e, ao mesmo tempo, muita determinação. Saí do consultório com uma alegria indescritível: chorei, ri, gritei...”. A ansiedade era imensa, até que o dia 11 de janeiro de 2008 chegou. “Pensei em desistir, mas a torcida era maior” E lá foi ela para o hospital, acompanhada do marido e da mãe.

Após quatro horas de cirurgia e duas horas na recuperação, ela voltou para o quarto. “Estava dopada. Tinha dores insuportáveis nas costas, devido ao tempo deitada e reta – quem é gordinho sabe do que eu to falando”. Os três primeiros dias foram uma tortura. “Dormi praticamente sentada. Sentia muitas dores, como se estivessem enfiando uma faca em mim”.

No dia em que recebeu alta, jurou para si mesmo que nunca mais voltaria a um hospital para fazer nenhum tipo operação que não fosse absolutamente necessária. “Após 13 dias de cirurgia, voltei ao consultório, para tirar os pontos. Já tinha emagrecido 11 kg!”, exclama Tatiana. “Foi a glória!”. Durante os três próximos meses, a alimentação da moça era só líquida. “Eu não tive uma boa aceitação da comida. Por isso, batia tudo no liquidificador”.

Quatro meses depois da operação, ela havia perdido 30 kg. Porém, estacionara. “Me sentia muito mal. Minha menstruação estava toda desregulada e comecei a me sentir estranha. Procurei a minha ginecologista e, adivinhe: estava grávida”. Tatiana entrou em desespero achando que seu sonho de emagrecer iria por água abaixo. “Fiz alguns exames e, outra bomba, eram gêmeos! Ouvi os batimentos cardíacos dos bebês e fiquei feliz e em pânico ao mesmo tempo”. A gravidez era arriscada, afinal, fazia muito pouco tempo que Tatiana havia operado. “Acabei tendo um aborto espontâneo”.

A moça voltou a perder peso e, em dezembro, já eram 50 kg a menos. “Fui às compras de Natal. Entrava em todas as lojas e estava fascinada: as roupas que eu queria tinham o meu tamanho. Nem preciso dizer que gastei além da conta...” Em janeiro de 2009, no aniversário da operação, lá foi ela se pesar. “Estava com 65 kg. Fiquei radiante, mais tinha consciência de que ainda faltava 7 kg”.

Tatiana admite que, atualmente, não faz dieta. “Como de tudo, tudo mesmo, mas da forma correta: várias vezes ao dia”. E a vaidade falou mais alto: a promessa de nunca mais voltar ao hospital caiu por terra. “Não fiz nenhuma plástica, ainda, mas a minha maior vontade é colocar silicone nos seios. E vou colocar”. O marido que ganhou uma esposa nova, agora sofre com o assédio. “Me sinto poderosa! Saio na rua e dou muita risada com os homens babando. Meu marido está perdendo a paciência, pois os homens não respeitam se você está acompanhada. Se te acham bonita, mexem mesmo!”, diz ela, feliz da vida.